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terça-feira, 24 de maio de 2011

Vinhetinha do coração...

Esse texto eu escrevi porque pretendia participar de um concurso literário, mas o gênero é conto. Acho que vou ter de produzir outra coisa, mas de qualquer forma...tá aí.

Ela nunca havia vivido uma crônica, até conhecê-lo.
Ele, havia vivido tudo que lhe fosse possível, e o que não fosse também.
O mundo nas palmas das mãos dele. Londres e Paris, para ele, eram logo ali. Em sua órbita um sem fim de mulheres.
E o amor? Disperso em partículas pelo ar.
Ao vê-lo o universo parou, por um breve espaço de tempo a respiração também, e o coração de um salto, acelerou. Ficou estática.
No primeiro instante ela não era capaz de dizer o que sucedera. Até ele dar o primeiro passo. E os olhos dela acompanharem. Lentamente. Todos os movimentos.
Olhos, olhares, boca, corpo e cabelo.
De todos os aromas, aquele era o único capaz de levá-la à loucura.
A cada toque era capaz de sentir um pêlo de seu corpo eriçar.
Rimbaud não era capaz de descrever tais sensações, e toda a bossa nova não soava como seus suspiros.
"Vocês namoram?"
Ela sem olhar pra trás, com medo da resposta, "Não".
"Mas transam?"
"Aham" (onomatopéia afirmativa, desejada para a primeira pergunta).
E assim ela conjectura quantos cálculos precisaria realizar para fazer caber em um lugar onde jamais ponderou estar, apesar de, visceralmente, desenhar.
Ele, às onze em ponto tomou seu avião e nem todos os poemas seriam capaz de prendê-lo aqui, ou em outro lugar.
Quando ela, enfim conseguiu captar: o sentimento era o mais, ou mais sublime que o prender, e que todas as vezes que ele voltasse seu coração se alegraria, tendo-o pelo ínfimo e qualquer instante - pelo prazer de ter você.

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