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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Manifesto de indignação matinal

Como minha indignaçao foi arrebatadora, logo pela manhã, resolvi não esquecer e postar o comentário mesmo que no período da tarde do dia seguinte ao ocorrido.
Chegando em casa, após uma semana do estágio de cigana pelo qual passei, vejo que nada mudou posto que ontem, quarta-feira, Vóma me mandou ao mercado como todas as outras semanas, de todos os outros meses, de todos os outros anos.
Pelo que vocês podem perceber, fazer compras faz parte da minha rotina até duas ou três vezes por semana.
Peguei o possante e peguei a rota do hipermercado 24 horas de Sorocaba, achando que estava fazendo um supernegócio, afinal ainda era cedo e não estava perto dos dias do pagamento. DOCE ILUSÃO!!
Ao adentrar ao recinto logo fui abordada por uma garota, ou "promoter", funcionária dessas escolas que distribuem bolsas. Dei uma breve atenção, como de costume, afinal a menina estava fazendo o trabalho dela e respirei fundo para enfrentar a missão.
Um passo depois meus sonhos já estavam por terra, o lugar estava lotado. "Mas já que tâmo vâmo".
Como discípula de papai comecei pela última gôndola para poder percorrer o hipermercado todo sem perda de tempo, ou "vai e voltas".
Ainda com essa sistemática a dificuldade ao tentar meocomover era gritante.
E começada a jornada pude me ater somente aos meus pensamentos, pois, na maioria das vezes, vou às compras sozinhas.
Enquanto percorria a imensidão de corredores me coloquei a observar famílias e ponderar que um dia constituir uma poderia até constar na minha listinha.
- Não, não sou sempre acometida por esse tipo de pensamento.
Comecei a imaginar um maridinho e quantos filhinhos poderíamos adotar, porque de acordo com minha linha de pensamentos muitas pessoas já fazem o favor de povoar o mundo.
Pensei em um brasileirinho, um queniano, talvez um haitiano...e por aí a fora.
Passados os devaneios, tudo no carrinho devidamente conferido, o que não me impede de sempre esquecer alguma coisa, fui para o próximo passo : a escolha da fila.
Estacionei meu carrinho e comecei a "brincar" com meu celular, porquê apesar de não funcionar corretamente ele possui algum entretenimentos.
Murphy, meu amigo, me deu mais um tempo de espera. Mas pra que pressa, não?! Eu estou de férias mesmo.
Assim, então, comecei a observar as pessoas, o que também é uma das minhas diversões.

"O quê? A Amelie "colecionava" pedras, cada uma na sua!!"

Enfim, a primeira pessoa foi uma distinta senhora, acompanhada de seus 327 filhos.
Estava bem trajada, era bem apessoada, e suas crianças asseadas.
Fiquei admirando, quando impetuosamente a cidadã começa seu monólogo em alto e bom som :
- Puuuuutz. Que demora!
- MIGUÉOOOOO, volta aqui.
- Cicrano, uma batatinha pra cada um....vocês não vão querer ficar se entupindo de babatinhas?! Vão?!
- Credo, que moça lerda!
- Affe, fila de supermercado é um saco, mas pior ainda é quando você pega uma mala sem alça no caixa.
Aí, eu, com meu poder de crítica mental logo completei o raciocínio:
" Não, é INCRIVELMENTE pior quando tem alguém reclamando em voz alta ao seu lado". Jóia!
Após o infortúnio, continuei a observar e me deparei com uma moça, com um nenêm no colo.
Por incrível que pareça as crianças gostam de mim, então comecei a brincar com a criança, que tinha em suas mãos um chocolate.
Virei-me e quando tornei a olhar a mãe estava na prateleira misturando aquele chocolate, que anteriormente estava na mão da criança, e tirando outro do potinho, porque a criança havia dado uma mordida e violado a embalagem do bombom.
Quemexemplo , hein!!
Ainda assim continuei a brincar com a criança e, como manda a etiqueta, ofereci meu lugar na fila para a mulher com criança de colo.
Sorte que a moça agradeceu e declinou!!
Depois de tudo pago, embalado nas ECO BAGS e algumas sacolinhas, das quais não consegui fugir pelo volume de aquisições, fui procurar o possante.
E, para minha surpresa, alguns três carrinhos estavam atrás do meu carro.
MARAVILHA!!
Guardei minhas compras, recolhi alguns carrinhos, afinal não dava conta de levar todos, e fui para casa pensando:
- Ao invés de adotar crianças, vou adotar alguns adultos. Acho que estes estão mais necessitados de educação!!

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